Aquele colega do escritório

Bem, meu nome é Roberto, tenho 39 anos, 1,79m, 81kg, 16cm de dote e sou jornalista. Trabalho na área de Economia e Finanças de um importante jornal. Moro em São Paulo e sou liberado sexualmente. Não me importa se é homem ou mulher: o importante é que me dê prazer, muito prazer, e que me atraia. Prazer sem atração é mais difícil, apesar de eu já tê-lo atingido.


Quando entrei em meu atual emprego, aos 28 anos, conheci alguém que se tornaria meu colega de profissão, Mauro, e que sempre foi amigo, mais até do que isso. É claro que nós dois tivemos relacionamento heterossexuais nesse tempo, o que nos impedia de ir mais fundo. Podemos ser apaixonados um pelo outro, mas trair alguém que nada tem a ver com isso nos deixaria com remorso, impedindo que guardássemos qualquer experiência com prazer de lembrá-la.

Pois bem, me separei de minha então namorada e ele, que havia ficado por um bom tempo solteiro, sugeriu que, no dia do meu aniversário, fóssemos comer algo em um restaurante. Eu sou sozinho, ele também. Era a comemoração mais viável para os dois. Eu imaginava: "E se houver alguma deixa, devo evoluir para algo mais sério?". A dúvida me consumia. Eu havia tido uma única experiência, meio que forçada, o que me deixou traumatizado.

Chegamos ao restaurante, fizemos o pedido e logo jantamos. Depois de uma taça de um bom vinho cada um, Mauro sugeriu que terminássemos aquela noite num lugar mais reservado, dando em seguida uma piscadela maliciosa. Eu entendi finalmente que aquela noite seria única na minha vida, e me joguei ao sabor das circunstâncias. Fomos para minha casa, tomamos umas cervejas e ele, carinhoso, sugeriu que ficássemos ali, conversando, sem pressa. Quando vi, estávamos abraçados, e não resisti ao fato de minha boca estar perto da dele. O beijo foi longo, demorado, e, apaixonado.

Chegamos à cama, já abraçados. Nada de pressa, afinal, estávamos envolvidos num misto de vontade e sentimento. Foi ele que nos moveu, e assim tiramos a roupa, um estimulando, extasiando ao outro. Abraçados, um mundo de braços e pernas enroscados, colados, movendo-se levemente aos desígnios do prazer sem fim. Senti a penetração dele. Eram 17cm entrando em mim lenta e apaixonadamente. Me deixei levar por aquilo tudo, e depois trocamos. Os gemidos e as sensações tomaram conta do meu quarto, da cama, das paredes, de tudo. Era o ápice de um desejo que começara à sete anos e se tornava cada vez mais intensa.

As chupadas foram naturais, os dois sabendo o que fazer, e ainda gemendo. Nossa vontade aumentava ainda mais... Então, finalmente a noite de amor teve um desfecho à altura: dormimos abraçados, aproximados pelo sentimento, aos beijos. No dia seguinte, acordamos e fomos ao trabalho. Tudo muito natural.

Meses depois, ele descobriu que estava com câncer de próstata tarde demais, e apesar das sessões de quimioterapia ele só ficava pior, pior e pior. Eu resolvi dar uma última alegria a ele, e assumi nosso relacionamento. Dez meses se passaram, meses esses que - segundo ele - foram os mais felizes de sua vida. Da minha também. Era mais que atração, desejo. Era amor. Tivemos várias noites intensas, com penetrações, sexo oral e muitos beijos e promessas.

Ele morreu, e hoje eu estou com uma mulher, pois, apesar de sentir atrações por homens nunca tive sentimentos por nenhum deles. E as saudades são grandes, mas ele está dentro de mim, tal qual a sensação de suas várias penetrações.
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